segunda-feira, 15 de julho de 2013

Imigrantes Em Pernambuco

Cor/RaçaPorcentagem85
Brancos36,6
Negros5,0
Pardos54,1
Amarelos
Indígenas
1,5
0,4
 
 
Índios
Há os seguintes grupos indígenas: Fulniô, Xukuru e Kapinawá, que se encontram respectivamente nos municípios de Águas Belas, Pesqueira e Buíque, no agreste do estado; e os Kambiwá, Pankararu, Atikum e Truká, que se encontram respectivamente nos municípios de Ibimirim, Tacaratu, Floresta e Cabrobó, no sertão do estado.86
A presença autóctone no estado data de mais 10 mil anos. Pinturas rupestres são encontradas em várias áreas do sertão e agreste do estado, sendo as mais conhecidas as do Vale do Catimbau no município de Buíque, agreste pernambucano.
Segundo dados da (FUNAI), Pernambuco possui cerca de 40 mil índios.87
Portugueses
Duarte Coelho trouxe consigo, para sua capitania, em 1535, o cunhado Jerônimo de Albuquerque, alguns nobres, como Vasco Fernandes de Lucena, e personagens de origens não muito claras, como Brites Mendes de Vasconcelos, a velha, um bebê. Logo em seguida vieram membros de famílias de Viana do Castelo, chegados ao Brasil em sucessivas levas, e que foram o núcleo da nobreza da terra pernambucana, todos aparentados entre si, Rego Barros, Regos Barretos, Velhos Barretos, Salgados de Castro, Marinhos Falcões, Barros Pimentéis, Pais Barretos, Carneiros [da Cunha], Bezerras, Albuquerques, Melos. São comerciantes com foros de nobreza e ascendências conhecidas até o século XIV. Interesses comerciais levaram a Pernambuco, também, Filippo Cavalcanti, patriarca da família Cavalcanti, a qual se entrelaçou com as famílias luso-brasileiras, tendo vários ramos, como a família Suassuna.88 89
54,1% dos pernambucanos declaram-se pardos, seguidos por brancos (36,6%). Na foto a cidade de Gravatá, que tem uma das maiores porcentagens de indivíduos de cor branca no estado.90
Além do legado genético, arquitetônico, musical e dialectual, Portugal se faz presente, em Pernambuco, com o Clube Português do Recife, o Real Hospital Português de Beneficência, o Gabinete Português de Leitura e o Consulado de Portugal. O surgimento do tradicional hóquei sobre patins em Pernambuco, na década de 1950, por exemplo, é conseqüência da imigração portuguesa.91
No sertão do estado, um grupo de 38 famílias portuguesas que vieram do Entre-douro-e-minho em Portugal se estabeleceram na Fazenda Panela d'água (Hoje no município de Carnaubeira da Penha) e de lá se espalharam principalmente pelas microrregiões de Itaparica, Salgueiro e Vale do Pajeú. Entre essas famílias estão: Aguiar, Alencar, Alves, Araújo, Barros, Brito, Brandão, Campos, Carvalho, Coelho, Cruz, Fernandes, Ferraz, Ferreira, Fonseca, Gomes, Gonçalves, Lima, Lira, Lustosa, Machado, Magalhães, Matos, Melo, Medeiros, Mendonça, Menezes, Miranda, Neves, Nogueira, Novaes,[Oliveira], Sá, Sampaio, Silva, Silveira, Soares, Torres e Uchoa. Essas famílias se juntaram à outras que cá vieram para trabalhar na abertura de estradas, construções de açudes e na agricultura: Albuquerque, Belfort, Cantarelli, Caribé, Cavalcanti, Candeia, Freire, Leal, Luz, Marques, Moura, Ramalho, Roriz e Trapiá. Juntas, essas famílias correspondem a quase a totalidade dos habitantes da região.92 93
Praça do Entroncamento, uma das praças recifenses projetadas pelo renomado paisagista, filho de pernambucana, Burle Marx.94
Espanhóis e italianos
Nos primórdios da colonização, junto aos portugueses, os espanhóis também se fizeram presentes.95 No final de 2012, 685 espanhóis tinham registro no Consulado Honorário da Espanha no Recife como radicados na capital pernambucana.96
Em Pernambuco também há um número significativo de descendentes de italianos: cerca de 200 mil.97
Alemães
Os primeiros registros de alemães datam do século XVII, com a chegada da corte holandesa no Estado, que trouxe alguns alemães. As duas guerras mundiais também impulsionaram a colônia alemã no Recife, que era bastante pequena, contando com exíguos 1,2 mil imigrantes.98
Deutscher Klub Pernambuco, no Recife.
Esta presença alemã pode ser observada no Deutscher Klub Pernambuco, fundado em 1920, e que antes era restrito apenas à colônia alemã e seus descendentes. Durante a Segunda Guerra Mundial, o Deutscher Klub Pernambuco, que tinha ligação com o Partido Nazista,99 100 101 102 foi considerado propriedade alemã e sofreu uma desapropriação pelo Governo Federal, sendo reavido à colônia alemã pernambucana com o fim do conflito. A partir de 1960, o clube passou a organizar a sua Oktoberfest, a tradicional festa da cerveja do Sul da Alemanha.103 Outra Oktoberfest menor é realizada em Olinda, conhecida como Oktoberfest in der Altstadt von Olinda.
Bairro da Boa Vista, Centro do Recife.
Outras instituições que marcam a história alemã no Recife são o Instituto de Cultura Germânica, que era a escola para os filhos de imigrantes alemães e ingleses, e o Centro Cultural Brasil-Alemanha (CCBA), centro que difunde a língua e cultura alemãs na cidade, sendo reconhecido pelo Consulado Geral da República Federal da Alemanha no Recife e pelo Instituto Goethe.
A presença alemã na cidade é também responsável pelo fato de o único consulado alemão que tem jurisdição sobre todo o Norte/Nordeste do país estar na capital pernambucana.
Holandeses
A Ponte Buarque de Macedo, uma das quase 50 pontes da capital pernambucana, é uma das ligações entre o Bairro do Recife e a Ilha de Antônio Vaz.
Os holandeses, apesar de terem quase majoritariamente partido do Estado, deixaram algumas famílias na capital. Gilberto Freyre, uma das maiores figuras públicas da história do Estado, certa vez escreveu: "Sou, aliás, descendente de espanhóis, tendo também sangue nórdico, holandês, português e, na quarta geração de antepassados, sangue ameríndio, e nenhum africano, admitindo ainda possível raiz árabe e judia."104
Na época da invasão holandesa – embora a miscigenação não tenha sido oficialmente estimulada – há relatos de muitas uniões interraciais. A ausência de mulheres holandesas estimulou a união e mesmo o casamento de oficiais e colonos holandeses com filhas de abastados senhores de engenho luso-brasileiros105 e, mais informalmente, destes com índias, negras, caboclas e mulatas locais. Esses colonizadores eram divididos em dois grupos: os Dienaaren ("servidores", sobretudo soldados à serviço da Coroa Holandesa) e os Vrijburghers ("homens livres", os colonos que vieram exercer a função de comerciantes).
Quartel do Derby, antigo Mercado Modelo Coelho Cintra.
Há evidência de que essas uniões deixaram traços genéticos que podem ser vistos na atualidade.106 Em recente levantamento genômico da população brasileira, observou-se entre os nordestinos um excesso de um haplogrupo comum na Europa (haplogrupo 2) que pode ser derivado das uniões entre holandeses e os luso-brasileiros.107 No interior de Pernambuco, especialmente no Sertão do Araripe e em comunidades do Agreste, há muitos loiros de olhos claros que, segundo a tradição, seriam descendentes de holandeses que se esconderam durante a Insurreição Pernambucana.108 109 110 111
Ingleses
Na Rua do Bom Jesus funcionava o Town British Club, em cima do London Bank, fundado pelos ingleses. Em 1928 existiam no Recife cinco clubes de origem inglesa.112
No começo do século XIX, quando o príncipe regente D. João abriu os portos do país, os ingleses começaram a chegar ao Brasil - em especial, para Recife, São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador. Naquela época, a cidade do Recife possuía aproximadamente 200.000 habitantes, e a colônia inglesa já se apresentava de forma bastante expressiva, com a presença das seguintes firmas, bancos e empresas concessionárias de serviços públicos: a Western Telegraph Company (que possibilitava o contato com o mundo, através do cabo submarino), Pernambuco Tramways and Power Company (que interligava o Recife, com os seus trens, às demais cidades de Pernambuco e do Nordeste), Huascar Purcell, Pernambuco Paper Mills, Western of Brazil Railway Company, Price Waterhouse, Machine Cotton, John A. Thom (negociante de algodão, borracha, açúcar, mamona, cera), Cory & Brothers, Bank of London & South America, London & River Plate Bank, Royal Bank of Canada, Boxwell & Cia. (o maior estabelecimento de enfardamento de algodão), Williams & Cia. (exportadores de açúcar e algodão), Conolly & Cia. (casa de câmbio), Ayres & Son (representante de várias firmas e fabricantes), e White Martins.113
Pernambuco recebeu número expressivo de imigrantes europeus entre os séculos XVI e XX. Na foto, o Parque de Esculturas Francisco Brennand, no Porto do Recife.
Já que a colônia inglesa não se fez massivamente presente no resto do Brasil, Recife é uma das poucas cidades brasileiras que tem um cemitério próprio para os imigrantes ingleses e seus descendentes, o Cemitério dos Ingleses. O cemitério encontra-se fechado a maior parte do tempo. Apresenta um portão de ferro datado de 1852 - obra dos ingleses da Fundição d'Aurora - e possui um administrador particular, não remunerado, que é eleito por ingleses e seus descendentes.
Também fazem parte das paisagens recifenses mais antigas os bondes que circulavam pela cidade. Ainda hoje, é possível ver os trilhos em ruas no bairro do Recife Antigo, bairro que ainda preserva um pouco da história da cidade com ruas de pedra e trilhos de bonde, além de prédios antigos onde hoje funcionam cervejarias, bares e cafés. O último bonde inglês a circular no Recife fazia o trajeto Boa Vista - Madalena, e funcionou até março de 1954. O bonde permanece exposto na Fundação Joaquim Nabuco.114
Árabes e judeus
Pernambuco abriga a segunda maior comunidade palestina do Brasil. O Mercado de São José (foto), mais antigo mercado público e edifício pré-fabricado em ferro no país, era ponto de encontro da colônia palestina no início do século XX.64
O imperador Dom Pedro II, que falava árabe,115 visitou o Líbano e a Síria em 1876. Em Damasco, capital síria, o imperador escreveu um poema, que enviou ao Visconde de Taunay, onde lia-se: "Damasco dos milênios, berço da civilização, e quem a construiu ajudará a construir o Brasil".115 O fluxo migratório árabe para o Brasil foi estimulado e intensificado no fim do século XIX. No Recife, uma das marcas dos imigrantes é o Clube Líbano Brasileiro, erguido pela colônia libanesa, no bairro do Pina. O primeiro contato árabe com o Estado, entretanto, se fez com missionários católicos sírios que chegaram a Pernambuco nas caravanas portuguesas.116 O estado de Pernambuco abriga ainda a segunda maior comunidade palestina do Brasil, concentrada na cidade do Recife, que começou a receber os primeiros imigrantes em 1903. Hoje a comunidade tem cerca de 5 mil pessoas.64
Observatório Astronômico do Alto da Sé de Olinda, onde foi realizada a descoberta do Cometa Olinda, primeiro cometa descoberto na América Latina e o único no Brasil.
O judaísmo em Pernambuco está presente desde o século XVI, quando os judeus convertidos ao cristianismo eram considerados cristãos-novos, sendo muitos deles senhores de engenho.117 Porém, existia a suspeita de prática escondida da religião judaica. Obtiveram liberdade de professar a religião nos tempos de Maurício de Nassau, que logo foi combatida quando os portugueses voltaram ao domínio da economia açucareira. Com isso muitos imigraram para as Antilhas Holandesas ou para Nova Amsterdã, que viria a ser o bairro de Manhattan futuramente. No inicio do século XX, o estado recebeu judeus de origem russa, ucraniana e romena. A imigração eslava levou ao Recife famílias como a de Clarice Lispector, Leôncio Basbaum, Noel Nutels, entre outras.118 No Recife há hoje uma comunidade de 1,6 mil judeus.119
Orientais
Ponte Joaquim Cardoso, sobre o Rio Capibaribe.
O estado tem a terceira maior comunidade nipônica do país, concentrada no Recife, em Bonito e em Petrolina. Alguns vieram do Japão ainda em 1908, outros de São Paulo e do Pará, por falta de espaço no mercado de trabalho, após a segunda Guerra Mundial. Hoje há aproximadamente 37.000 famílias nipônicas no estado.120
Os chineses estão presentes desde meados de 1920: uma pequena leva vinda da Guiana inglesa. A partir de 1970 migraram chinenes de Taiwan. Havia cerca de 200 pessoas no fim dos anos 1980. Só na década de 1990 a comunidade começou a ganhar o tamanho que apresenta hoje, com a vinda de chineses da fronteira do Brasil com o Paraguai. Hoje a comunidade chinesa conta com pouco mais de 10 mil pessoas.121
Porto de Galinhas foi, até a segunda metade do século XIX, porta de entrada de grande número de escravos, vindos em sua maioria de Angola.
Africanos
A Capitania de Pernambuco contou com a presença do negro desde o final do século XVI. Naquele período, os portugueses introduziram a cultura da cana-de-açúcar na região, utilizando-se da mão-de-obra escrava de origem indígena e africana. Os engenhos multiplicaram-se rapidamente e a produção de açúcar tornou-se a principal atividade econômica da colônia. O número de cativos de origem africana também cresceu bastante naquela Capitania. Em 1584, 15 mil escravos labutavam em pelo menos 50 engenhos. Este número subiu para 20 mil escravos em 1600. Já na metade do século XVII a população escrava somava entre 33 e 50 mil pessoas.122
Outras etnias
Houve, em menor escala, imigração de outros povos. Famílias de outros países germânicos além de Inglaterra e Alemanha marcaram presença em Pernambuco. Um exemplo é a influente família Lundgren, de origem sueca e dinamarquesa, que fundou a rede varejista Casas Pernambucanas e, entre outros feitos, construiu a Igreja de Santa Isabel, principal cartão-postal da cidade de Paulista, na Região Metropolitana do Recife.123 124 Em pequeno número, encontram-se ainda descendentes russos, tendo o primeiro grupo da Rússia chegado ainda no século XIX, no porto do Recife nos navios Nadejda e Neva. Uma lenda pernambucana, aliás, diz que os passos de frevo teriam sido incorporados à música por influência dos passos da dança folclórica russa quando estes foram convidados pelos recifenses para uma festa. Em escala ainda pequena, existem os descendentes de franceses: as famílias Callou e Belfort, que se estabaleceram na região de Salgueiro, Serrita, Terra Nova e Serra Talhada; e a tradicional família Burle Dubeux, que se estabeleceu na capital do estado.125

2 comentários:

  1. Muito bom eu adorei a historia a colonia alemã,inglesa,holandesa deveria ter sido muito mais presente como no sul do Brasil e o clube dos alemães deveria ter música da alemanhã e não ter forró isso acaba com a cultura alemã eu sou descendente de alemães André Sheckmann eu sou contra bandas de forró tocar no clube e sim ter música da alemanhã como tem em blumenau

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  2. Por favor, alguém me ajuda a entender como a família Curvelo chegou em Pernambuco, principalmente na cidade de Bom Conselho?

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